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domingo, fevereiro 25

WERIRI BRASIL

A todo momento traçamos novas metas. A partir disso, estamos inserindo como um negócio social, sustentável e inovador o incentivo às vendas de artesanatos da nossa comunidade de Krehawã. Os artesanatos são confeccionados, em sua maioria, pelas mulheres e sempre seguindo o modelo sustentável, desde a extração das palhas de buriti até o tingimento das fibras.






Idealizamos um modelo de negócio social ao qual reverteremos parte dos valores das vendas em investimentos futuros a curto e longo prazo na comunidade de acordo com a demanda. Reconhecemos acima de tudo as histórias e a riqueza cultural da produção milenar de um povo. Também compreendemos como fundamental a viabilização e divulgação da cultura indígena através dos artesanatos.






Queremos atender o maior público possível com preços acessíveis, determinando como princípio do nosso projeto, não apenas a comercialização aleatória, mas sim em obter um produto com origem, história e identidade.





Aguardamos o seu contato e estamos a disposição para atendê-los.

Att, WERIRI BRASIL

quarta-feira, novembro 16

RITUAL DE PASSAGEM DOS MENINOS DA INFÂNCIA A ADOLESCÊNCIA.

É a maior e considerada a cerimônia ritualística mais importante do Povo Iny, o Hetohoky, (Casa Grande). O ritual de passagem do menino da infância para adolescência é compreendido pelos Iny, como o ritual de maior símbolo espiritual.
Ao  contrário da cerimônia de passagem da menina, da criança o(a) primeiro(a) filho(a) e também outros dois tipos de ritual do menino que são mais simples, o hetohoky se destaca em muitos aspectos.   Começando pelo longo preparo, desde a concentração diversificada e intensa de Aõni Aõni e Worysy (espíritos) até à participação ativa da comunidade local e de outras aldeias do povo Iny.
WORYSY
Foto/ Juanahu Iny

Pontuar detalhadamente sobre o Hetohoky é impossível, pelo fato de muitas práticas ser exclusiva dos Homens e mantidos em segredo.

A cerimônia final de Hetohoky geralmente ocorre no período das estações Verão ou início de Outono, quando ainda há presença da chuva e o Rio Araguaia cheia. Com a cheia do rio, facilita a pesca, caça e a extração da madeira e cipós para utilizar durante a festa. Outro fator contribuinte para isso, é cortar o símbolo mais importante do Hetohoky que é o Tóó, que é a maior madeira implantada em meio as duas casas. O Tóó significa segurança da festa, ele é o centro da festa, e é colocada por todos os homens da comunidade para garantir a segurança e que não seja derrubada durante a festa. A concentração e atração é lutar para defender ou derrubar o Tóó. Os anfitriões e os tios dos meninos defendem e protegem a noite toda, e os visitantes tentam derruba-la.

Durante todo o processo de preparação da cerimônia, os mais esperado é a chegada do Idjasó (Aruanã) e o final do Hotohoky. O Idjasó é a parte essencial e o espírito harmonizador da festa e da comunidade, por ele ser tão importante, sem o Idjasó é impossível ocorrer a festa.
Existe todo um ritual espiritual para conceber um Idjasó a uma criança, é uma tarefa exclusiva dos Pajés que aceitam as forças espirituais de Aruanãs que são do fundo do Rio. O Aruanã é oferecido e entregue a uma criança e aceito pelos pais, tendo um acordo de favores entre o Pajé e a família, sendo que nem todas as crianças possuem Aruanã, porém, o Aruanã se torna uma herança familiar e eterno.
IDJASÓ (ARUANÃ) 
Foto/ Juanahu Iny

Deixando de introduzir sobre algumas sequências e essencialidade do Hetohoky, mesmo deixando muitas partes importante esquecida, o Hetohoky é muito profundo e detalhada, sendo assim, o mínimo que pude e posso mostrar são as partes comuns da cerimônia e interligar a importância desta cerimônia como uma herança cultural rica e única.

O ritual de passagem é longa, entre segredos e histórias, o preparo e a importância é significante e sempre trás emoções por ser tão profundo e resistente ao tempo. O começo é antecipar, os pais anunciam ao menos dois anos antes, ao menos para ser o chefe da festa e o nome da família soar elegantemente aos ouvidos da comunidade. É um desafio, uma luta, uma importância e missão sem igual.

O envolvimento é inteira, completamente coletiva e o cenário e as energias se misturam. Os dias apresentam um ar equilibrado, as famílias se visitam, se pintam, se ornamentam, se comunicam e se alimentam. Risos e choros, lembranças e dores, as sensações e emoções se completam.

A ligação é forte, o menino que após a passagem se torna rapaz, é ensinado a criar uma responsabilidade presente, futura, respeitosa e fiel à suas honras como um homem e aos segredo da casa dos homens que agora lhe pertence. Os olhos de menino se findam, o velho menino se torna outro, ao que lhe é repassado, seja fiel, cavalheiro e guerreiro. O caráter se sobreponho acima de tudo, ser forte e resistente, protetor e um futuro bom marido, construtor e dedicado, seja um homem de valor e de respeito.


O menino é um novo rapaz, após o encerramento do Hetohoky, é confinado na sua Casa Grande por uma semana. Durante o confinamento, lhe é reforçado todos os ensinamentos, assim é formado um novo guerreiro, um novo Iny.

DJIRÉ (MENINO DE PASSAGEM)
Foto/ Juanahu Iny
O Hetohoky por trás dos seus segredos, mostra seu valor construtivo na vida de um menino e de toda a comunidade, a formação do caráter humano é a essência disto tudo, a riqueza e a inteligência de pluralizar o conteúdo de equilíbrio e riqueza ritualística, cultural e social é uma verdadeira demonstração de respeito e construção social. A resistência do Hetohoky ao processo de integração com a sociedade civil, garante que a cultura apesar das modificações natural, resiste em meio a tantas desvantagens e agressões. A cultura ela é moldada e adaptada de acordo com com o tempo, sendo assim, a cerimônia mais importante do nosso Povo INY MAHADÚ se mantêm forte e vivo.
AWIRE.

segunda-feira, outubro 19

ESPETÁCULO DE DESRESPEITO, JOGOS MUNDIAIS INDÍGENAS.

O meu compromisso enquanto estudante, enquanto jovem, enquanto VIVO, é com esse povo que sofre, que clama pela paz, que o sangue é derramado desde os 1.500, que mendiga pela sua Própria Mãe Terra, que pela consequência da desgraça do Homem Branco morre de fome, morre de sede de viver, engole veneno, lágrimas secas que escorrem pelo rosto entristecido, desgastados a procura de farelos, rostos odiados pela "civilização", marginalizados pela sua diferença, o povo, o MEU POVO. O meu compromisso é com os 893mil, os 304, os Povos Indígenas, SANGUE DO MEU SANGUE.
 E estamos aqui. Aceitando O maior evento de PALHAÇADA já realizada com nosso nome: Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. O que há de errado conosco? A nossa indignação só tem valor quando assassinam 390 Guaranis? Ou somente quando lançam 12 Crianças ao fogo para serem queimadas aos poucos, até o último grito de dor e de socorro? Ou quando a PEC-215 Está em momento de VOTAÇÃO no Congresso Nacional?
 NÓS Povos Indígenas sabemos melhor que ninguém o quanto sofremos, o quanto somos discriminados, odiados, exterminados, sofrendo constantemente ameaças de perdermos nossos poucos direitos CONQUISTADOS, que foram adquiridos através de sangues derramados, VIDAS PERDIDAS, sonhos jogados ao vento poluído, e vamos deixar que nos roubem novamente? Que nos enganem? Aceitar a velha Política do Pão e Circo? Ser vencidos pela Ganância, como o nosso líder Marcos Terena? Aceitar o evento patrocinado pela Kátia Abreu? Carlos Amastha?
 Sim! Estamos aceitando o nosso sofrimento, estamos aceitando os Jogos Mundiais Indígenas, estamos aceitando o nosso PRÓPRIO FIM.

sábado, setembro 26

CHEGA SOCIEDADE, CHEGA BRASIL.

Somos o começo da História. Somos os Povos Indígenas do Brasil. Atualmente estamos em 304 Povos com diversos dialetos e línguas, totalizando 274. Somos Guerreiros, Somos vencedores e os verdadeiros filhos da Mãe natureza; ela nos protege e nós a protegemos. Éramos uma nação contente, satisfeitos, alegres e felizes com que a natureza nos oferecia. A nossa história sangrenta iniciada com a visita do então “descobridor do País, o então, o Herói da Pátria Amada Brasil, o então,guerreiro da sociedade, o então, pai da civilização Pedro Álvares Cabral”, que tatuou na nossa alma a dor que carregaremos até quando terminarem de destruir a nossa natureza.
Mesmo com extermínios, resistimos, existimos e existiremos. Incomodados que se mudem, pois somos nós, povos indígenas primeiros moradores desse País, moradores dessa terra que vocês judiaram e judiam até hoje. Deixa-nos cuidar da nossa Mãe. Ordem e Progresso. Ordenam para derramarem nosso sangue, progredindo plantando veneno e sufocando a nossa terra.

Lutamo pela nossa terra não para plantar veneno e chamar de alimento, e sim para tirar esse veneno da nossa terra, que grita por nós, chora por nós, e lamenta por todos. Que o nosso sangue seja derramado, que e o meu sangue seja derramado, mas somos guerreiros, somos fortes, somos POVOS INDÍGENAS, protetores dessa terra. Morramos pela nossa mãe, morramos pelo nosso POVO, morramos por todos. Somos Guaranis, pataxós, xavantes, krahô, xingú, karajás, xerentes, avá-canoeiros, Kayapós, somos e seremos para sempre desta terra, que é nossa e que amamos.

https://www.facebook.com/werreria/videos/879560105445906/?pnref=storys

sábado, fevereiro 14

Morte e Luto, de acordo com a tradição dos Karajás (iny)

    O conceito e a prática de respeito na cultura do povo Iny Mahadú é algo forte que predomina até os dias de hoje. Ensinar bons modos, não significam apenas se comportar de forma adequado e reverente diante dos adultos, ou, até mesmo das crianças. É uma ligação forte de tudo aquilo que é ensinado, visto e feito coletivamente. Respeitar, é um princípio de beleza interna do povo iny, tornando-os ainda mais belos, pela sutileza de seu caráter puro e educado.
    A coletividade sempre foi um ponto forte dos inys, desde a divisão dos alimentos, da caça, da pesca, da plantação, até à semente para plantar alimentos fartos para a próxima roça. Mas quero destacar em especial o LUTO. O luto para os inys, é a maior demonstração de respeito. Consideramos a vida como uma forma de deixar legado no povo,e viver intensamente até o fim de sua vida. O nascimento do primeiro filho, que significa “ADELÁ” no iny rybé, (dialeto) do povo iny, é um motivo de festa para a família, é recebido com honra pelos avós, é amado intensamente pela família, não que os outros filhos não sejam, mas o ADELÁ tem seus privilégios. Isso geraria outro texto, pois é complexo.
    O luto na cultura do povo iny, como disse acima, é a maior demonstração de respeito, momento em que a aldeia fica em silêncio, interrompe seus afazares, crianças que banham o dia todo no rio, deixa a canoa de lado como resposta de respeito. A própria natureza nos ensinou essa prática tão importante, o rio se acalma, o vento suave, balança levemente as folhas das árvores tristes, o brilho do sol ofuscado, a lua se gurda e as estrelas se escondem atrás das núvens. A morte não é um motivo de alegria para o povo iny, é um momento doloroso as quais compartilham juntos.
   Este respeito tão admirável, dura em torno de 5 dias, nesse período é apenas ouvido o som da voz do choro, esse choro é cantado, tanto pelo Homem e mais comum pelas Mulheres. Uma espécie de canto, de inconformidade, um canto que ao passar dos dias vai ficando mais suave, delicado, lembrando dos bons tempos do facelicido. Os inys que praticam esse canto, são ensinados desde crianças pelos avós, pois escorrer apenas em forma de lágrimas a sua dor, é motivo de vergonha para a família.
   No enterro, toda a aldeia acompanha o momento. Cavar logicamente é a tarefa dos homens, e, os pertences do falecido é enterredo junto à ele. É colocado na mão o alimento que mais apreciava durante o período em que viveu. Os inys também, no momento levam ao cemitério, água e alimentos para oferecer ao mortos e acendem uma pequena fogueira no túmulo dos parentes falecidos, na parte da cabeça, representando que o fogo afaste os maus espíritos.
   Ao ir no cemitério deve tomar cuidado por onde pisa, pois quando um pé pisa num túmulo significa que a morte está o chamando. Outro detalhe, os inys ao se alimentarem, oferecem, antes de consumir o alimento aos Worysy, também, antes da caça suplicam pela proteção do Worysy. Isso significa temor e reverência aos Worysy, que na verdade são os próprios falecidos, que em forma de Worysy ainda habitam no meio dos inys.
   Esta tradição mantém-se até os dias de hoje, respeitar o luto é a forma mais admirável de apresentar um povo tão rica em cultura diversificada, o respeito que os inys tem, é a beleza simples que os caracteriza, além de muitas outras tradições típicas e característica dos belos Iny Mahadú isso é apenas uma parte de muitas outras tradições.


 Mairu Hakuwi Kuady.

quarta-feira, abril 25

Achismo incoerente!

   Muitos em pleno século XXI "acham" que índios, não tem ideias próprias. Ou seja, que índio não tem "cérebro".? Tão insignificante um 'achismo' déficite de conhecimento não é mesmo?
   Bom, partindo do princípio lógico, seria então, todas as pessoas não terem nem se quer uma ideia própria. Sim! Até porque, para que um ser humano tenha um raciocínio lógico, teria que estar, pelo menos, com a parte dos seus neurônios em funcionamento constante. Afinal, o que nos fazem pensar e repensar em algo, é exatamente o nosso cérebro finito. Mas, deixando de lado essa lógica simples, e ser mais objetivo, o que faz uma pessoa ter esse conceito é simplesmente uma palavrinha mágica, uma palavra que ninguém diz ter ou ser: PRECONCEITO e PRECONCEITUOSO!
  Em meio ao mundo de novas mudanças, de tecnologia avançados e até mesmo o NOVO MUNDO, o tão sonhado futuro, mas nada mudou de fato! Correria, pressa, estresse e etc. E o que isso tudo tem haver? Então, será essa a justificativa tão incoerente para explicar o esquecimento da reforma da sociedade, da reforma dos conceitos e da reforma da justiça? Apenas, enchendo a visão da sociedade com bens materiais, alienando-os com o tão sonhado futuro!? O futuro cheio de ego chegou! Esquecendo da reforma do caráter, da coletividade, da dignidade, dos direitos, do respeito, das leis e da liberdade.
  Aí você se pergunta: mas o que isso tem haver com os assuntos indígenas?
Examente tudo isso dito antes, o ego, o achismo incoerente, as novas mudanças, onde a sociedade que se diz ser superior, civilizado, autoritário, que se declara como dono da terra, dono de tudo e de todos. Sim! A sociedade afirma, que os povos indígenas são atrasos na economia, mão-de-obra anti-econômica, burros, inúteis e indigentes, assim, desrespeitando-os, ferindo seus direitos assegurado pelo estado corrupto.
  Nesse pensamento finito, de pessoas finitas, de pessoas déficites de conhecimento básico, até por exemplo na soma de: 1+1=2. deixa claro que não passa de um ignorante, arrogante, pois nem percebe que ele é o verdadeiro atraso e atrasado na "sociedade.
  Afinal, nós índios, não precisamos ser aceitos, mas sim, ser respeitados!

Autor: Mairu Hakuwi Kuady

19 de Abril Dia Do Índio


  Hoje vivemos num mundo onde há pessoas individualistas, pois convivemos com fatos do Dia-a-Dia  que ocorrem ao decorrer desses tempos. Ouvindo más e boas notícias. Apesar disso, comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio, esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas. Neste dia do ano, ocorrem vários eventos, dedicados especialmente à valorização da cultura indígena.
 
  Todos os anos são realizadas apresentações na escola da aldeia. Sendo assim, é organizado pela direção da escola, e, pelo Cacique da Comunidade, essa da comemorativa é também, lembrado em escolas das cidades. Cada Aldeia  faz programações diferentes das outras. 

  São realizadas apresentações com participação de toda a comunidade da Aldeia, é... as apresentações se tratam da valorização da cultura indígena Karajá, pois esse é o foco principal.

  Digo apresentações, nisto inclui: apresentações de danças karajá, artesanatos, pinturas coporais e muitas outras coisas. Depois das apresentações a Direção da Escola convida os alunos da escola, e as comunidades para degustarem as deliciosas "Gulosemas" que são servida para os participantes.

 

A confraternização desta data tão importante para nós, todos os povos indígenas do Brasil, independentemente de cada tribo diferente, é muito importante e especial. Pois afinal somos a Raiz da terra, lutando pelo nossos direitos e deveres, lutando não pelo reconhecimento, mas sim pelo respeito de todos.