O meu compromisso enquanto estudante, enquanto jovem, enquanto VIVO, é com esse povo que sofre, que clama pela paz, que o sangue é derramado desde os 1.500, que mendiga pela sua Própria Mãe Terra, que pela consequência da desgraça do Homem Branco morre de fome, morre de sede de viver, engole veneno, lágrimas secas que escorrem pelo rosto entristecido, desgastados a procura de farelos, rostos odiados pela "civilização", marginalizados pela sua diferença, o povo, o MEU POVO. O meu compromisso é com os 893mil, os 304, os Povos Indígenas, SANGUE DO MEU SANGUE.
E estamos aqui. Aceitando O maior evento de PALHAÇADA já realizada com nosso nome: Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. O que há de errado conosco? A nossa indignação só tem valor quando assassinam 390 Guaranis? Ou somente quando lançam 12 Crianças ao fogo para serem queimadas aos poucos, até o último grito de dor e de socorro? Ou quando a PEC-215 Está em momento de VOTAÇÃO no Congresso Nacional?
NÓS Povos Indígenas sabemos melhor que ninguém o quanto sofremos, o quanto somos discriminados, odiados, exterminados, sofrendo constantemente ameaças de perdermos nossos poucos direitos CONQUISTADOS, que foram adquiridos através de sangues derramados, VIDAS PERDIDAS, sonhos jogados ao vento poluído, e vamos deixar que nos roubem novamente? Que nos enganem? Aceitar a velha Política do Pão e Circo? Ser vencidos pela Ganância, como o nosso líder Marcos Terena? Aceitar o evento patrocinado pela Kátia Abreu? Carlos Amastha?
Sim! Estamos aceitando o nosso sofrimento, estamos aceitando os Jogos Mundiais Indígenas, estamos aceitando o nosso PRÓPRIO FIM.
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segunda-feira, outubro 19
sábado, setembro 26
CHEGA SOCIEDADE, CHEGA BRASIL.
Mesmo com extermínios, resistimos, existimos e existiremos. Incomodados que se mudem, pois somos nós, povos indígenas primeiros moradores desse País, moradores dessa terra que vocês judiaram e judiam até hoje. Deixa-nos cuidar da nossa Mãe. Ordem e Progresso. Ordenam para derramarem nosso sangue, progredindo plantando veneno e sufocando a nossa terra.
Lutamo pela nossa terra não para plantar veneno e chamar de alimento, e sim para tirar esse veneno da nossa terra, que grita por nós, chora por nós, e lamenta por todos. Que o nosso sangue seja derramado, que e o meu sangue seja derramado, mas somos guerreiros, somos fortes, somos POVOS INDÍGENAS, protetores dessa terra. Morramos pela nossa mãe, morramos pelo nosso POVO, morramos por todos. Somos Guaranis, pataxós, xavantes, krahô, xingú, karajás, xerentes, avá-canoeiros, Kayapós, somos e seremos para sempre desta terra, que é nossa e que amamos.
https://www.facebook.com/werreria/videos/879560105445906/?pnref=storys
sábado, fevereiro 14
Morte e Luto, de acordo com a tradição dos Karajás (iny)
O conceito e a prática de respeito na
cultura do povo Iny Mahadú é algo forte que predomina até os dias
de hoje. Ensinar bons modos, não significam apenas se comportar de
forma adequado e reverente diante dos adultos, ou, até mesmo das
crianças. É uma ligação forte de tudo aquilo que é ensinado,
visto e feito coletivamente. Respeitar, é um princípio de beleza
interna do povo iny, tornando-os ainda mais belos, pela sutileza de
seu caráter puro e educado.
A coletividade sempre foi um ponto
forte dos inys, desde a divisão dos alimentos, da caça, da pesca,
da plantação, até à semente para plantar alimentos fartos para a
próxima roça. Mas quero destacar em especial o LUTO. O luto para
os inys, é a maior demonstração de respeito. Consideramos a vida
como uma forma de deixar legado no povo,e viver intensamente até o
fim de sua vida. O nascimento do primeiro filho, que significa
“ADELÁ” no iny rybé, (dialeto) do povo iny, é um motivo de
festa para a família, é recebido com honra pelos avós, é amado
intensamente pela família, não que os outros filhos não sejam, mas
o ADELÁ tem seus privilégios. Isso geraria outro texto, pois é
complexo.
O luto na cultura do povo iny, como
disse acima, é a maior demonstração de respeito, momento em que a
aldeia fica em silêncio, interrompe seus afazares, crianças que
banham o dia todo no rio, deixa a canoa de lado como resposta de
respeito. A própria natureza nos ensinou essa prática tão
importante, o rio se acalma, o vento suave, balança levemente as
folhas das árvores tristes, o brilho do sol ofuscado, a lua se gurda
e as estrelas se escondem atrás das núvens. A morte não é um
motivo de alegria para o povo iny, é um momento doloroso as quais
compartilham juntos.
Este respeito tão admirável, dura
em torno de 5 dias, nesse período é apenas ouvido o som da voz do
choro, esse choro é cantado, tanto pelo Homem e mais comum pelas
Mulheres. Uma espécie de canto, de inconformidade, um canto que ao
passar dos dias vai ficando mais suave, delicado, lembrando dos bons
tempos do facelicido. Os inys que praticam esse canto, são ensinados
desde crianças pelos avós, pois escorrer apenas em forma de
lágrimas a sua dor, é motivo de vergonha para a família.
No enterro, toda a aldeia acompanha o
momento. Cavar logicamente é a tarefa dos homens, e, os pertences do
falecido é enterredo junto à ele. É colocado na mão o alimento
que mais apreciava durante o período em que viveu. Os inys também,
no momento levam ao cemitério, água e alimentos para oferecer ao
mortos e acendem uma pequena fogueira no túmulo dos parentes
falecidos, na parte da cabeça, representando que o fogo afaste os
maus espíritos.
Ao ir no
cemitério deve tomar cuidado por onde pisa, pois quando um pé pisa
num túmulo significa que a morte está o chamando. Outro detalhe, os
inys ao se alimentarem, oferecem, antes de consumir o alimento aos
Worysy, também, antes da caça suplicam pela proteção do Worysy.
Isso significa temor e reverência aos Worysy, que na verdade são os
próprios falecidos, que em forma de Worysy ainda habitam no meio dos
inys.
Esta tradição mantém-se até os
dias de hoje, respeitar o luto é a forma mais admirável de
apresentar um povo tão rica em cultura diversificada, o respeito
que os inys tem, é a beleza simples que os caracteriza, além de
muitas outras tradições típicas e característica dos belos Iny
Mahadú isso é apenas uma parte de muitas outras tradições.
Mairu Hakuwi Kuady.
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